Se pedires a alguém que escreva ou desenhe com a sua mão não diretora, vais encontrar resistência e respostas como “não consigo fazer nada com a minha mão esquerda” ou “é muito difícil” ou um simples “não consigo”, contudo existem diferentes tarefas diárias que fazemos com duas mãos e até com os pés, que após algum treino fazemo-las sem pensar.

No que respeita o desenho, sair da zona de conforto da mão com que escrevemos implica um esforço mental muito maior para controlar o gesto que de outra maneira sairia naturalmente ou com menos dificuldade.​

A nossa proposta para ti é saíres da tua zona de conforto e experimentares desenhar, não só com a tua mão não diretora, mas com as duas mãos ao mesmo tempo e também com os pés.

Não te atrapalhes, arranja papel de grande formato como A2 ou A1, papel cenário, Kraft ou até reutiliza cartões. Para riscar usa carvão em barra ou ao natural, grafite em barra ou pasteis secos. Começa com desenhos em suporte A3 ou A2 utilizando as duas mãos em simultâneo através de gestos espelhados, podes fazer os teus desenhos a partir de cópia de imagens, da observação de objetos ou traçados abstratos.

Numa fase seguinte copia os gestos da mão diretora sem ser por reflexão, ou seja, se fizeres uma circunferência da esquerda para a direita repetes com a mão oposta no mesmo sentido. Desenha espirais, circunferências, linhas verticais, horizontais, onduladas, quebradas e mistas em simultâneo com as duas mãos e depois com a mão não diretora.

Para desenhares com os pés cola o suporte numa parede ou no chão, depois faz desenho à vista de objetos simples ou explora a expressividade da linha em desenhos gestuais e abstratos, repetindo o formato anterior com os dois pés à vez e depois em simultâneo.