Físico-Química
É, hoje, fortemente reconhecido que o crescimento económico e a capacidade para se encontrarem soluções para os complexos problemas sociais e ambientais está associado à literacia científica dos cidadãos (OECD, 2018). Neste sentido, é esperado que os alunos realizem aprendizagens significativas sobre os temas de física e de química, que se reflitam na possibilidade, por exemplo, de utilizarem esse conhecimento em diferentes situações do dia a dia, em usá-lo para levantarem novas questões e/ou para serem críticos face ao que observam.
A construção dos blocos pedagógicos temáticos das disciplinas de Físico-Química do 3.º ciclo do ensino básico e de Física e Química A, Física e Química e Física do Som do ensino secundário foi orientada pelos principais referenciais de ensino em vigor: Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania e as Aprendizagens Essenciais correspondentes a cada nível de ensino, incluindo o dos cursos profissionais.
No ensino básico, espera-se que a disciplina de Físico-Química motive os alunos ao gosto pela observação, pela descoberta e pela experimentação. Esta disciplina é um eixo de articulação entre diversas áreas que se interligam e que permitem um despertar do aluno para o Universo onde se encontra. Assim, optou-se por uma abordagem baseada na contextualização curricular, integrando aspetos relacionados com a ciência, a matemática, a tecnologia e a engenharia (abordagem STEM). Os blocos pedagógicos temáticos foram planeados e organizados com o objetivo de estimularem a recuperação, o desenvolvimento e a consolidação das Aprendizagens Essenciais, assim como a curiosidade e a vontade de saber mais, desenhando trilhos de pensamento que procuram associar a realidade que nos envolve à inesperada ligação a outros mundos do conhecimento que, por vezes, parecem estar desligados. Aliaram-se todos os recursos que pudessem igualmente incentivar os alunos à realização de atividades práticas em que estes são, implícita ou explicitamente, convidados a reproduzir e a recriar, tentando-se sempre o estímulo ao desenvolvimento do pensamento crítico e criativo, competências essenciais definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória. Mais do que centrar as aprendizagens nos conteúdos, ainda que os mesmos sejam de significativa importância, procurou-se apresentar momentos de questionamento e desafios que permitam ao aluno “ir mais além” e fundamentalmente, criaram-se meios para que o gosto por aprender física e química seja alcançado.
Para a valorização do estudo da física e da química, no ensino secundário, é importante levar os alunos a reconhecer as aplicações e os resultados da investigação que têm impacto na tecnologia, na sociedade e no ambiente. Assim, na disciplina de Física e Química A, Física e Química e Física do Som também se privilegiou uma abordagem contextualizada, não perdendo a oportunidade para ilustrar casos da vida quotidiana, avanços recentes da ciência e da tecnologia e contextos culturais onde a física e a química estão presentes e são determinantes para um futuro sustentável. Temas como a energia, recursos naturais, saúde, alimentação, novos materiais e muitos outros são disso exemplo. Tentou mostrar-se que a solução para os problemas atuais passa por mais ciência e não pela sua menorização. Na apresentação dos blocos temáticos utilizou-se linguagem científica e um discurso informal, sem perder o rigor, procurando adequá-los às condições/circunstâncias do aluno em ensino remoto.
De maneira a tornar a ciência mais próxima dos alunos, ao fazer-se referência a um físico ou a um químico, associou-se o nome ao rosto do cientista. Não esquecendo a importância da componente experimental nesta disciplina e o seu contributo no desenvolvimento das competências essenciais definidas no Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória, para além da apresentação de vídeos com várias atividades laboratoriais exploradas em estúdio e dos materiais e equipamentos usados, os blocos integram animações e simulações que permitem aos alunos terem contacto, nas condições possíveis, com atividades experimentais no mundo digital. Com estes recursos desenvolvidos, pretende-se promover a recuperação, o desenvolvimento e a consolidação das Aprendizagens Essenciais, estimulando o trabalho autónomo dos alunos, apresentando, nos blocos temáticos, outros recursos, tais como imagens, vídeos iniciais para motivar para o tema, vídeos síntese e esquemas conceptuais e também apresentando questionários de forma a permitir ao aluno a autorregulação das aprendizagens.
OECD. (2018). PISA 2015 results in focus. OECD Publishing.